9 de outubro de 2008

Filme Suecado de Gondry

Resenha enviada para um site de cinéfilos cults que não concordarão comigo. Eu não ligo mesmo.


"Be Kind Rewind"

Faltei o trabalho para ver “Rebonine Por Favor” e sabia que ia valer a pena. No Festival do Rio de 2007 o melhor filme que vi foi “Sonhando Acordado”, também de Michel Gondry. Esperava que esse novo fosse tão bom quanto (mesmo tendo a desvantagem de não ter Gael Garcia Bernal, galã de 1,60 de toda cinéfila cult).

O novo filme estava na competição de sinopses mais exóticas: Certo dia, Jerry (Jack Black), mecânico atrapalhado, tem o corpo magnetizado e destrói acidentalmente todas as fitas de vídeo da locadora onde seu amigo Mike (Mos Def) trabalha. Para garantir a sobrevivência da loja, os dois arranjam uma solução alternativa: filmarem remakes das fitas. Suas inspiradas versões fazem enorme sucesso na vizinhança, que encomenda todo tipo de filme, de King Kong a Rei Leão.

Confesso que a história tem fantasia e absurdo. Principalmente no começo que você confunde o filme com uma “aventura imperdível da Sessão da Tarde”. Mas, ainda bem, o filme surpreende, assim como “Sonhando Acordado”. Os atores, especialmente Jack Black, se encaixam perfeitamente no papel. Isso só prova minha teoria que nenhum ator é ruim se o diretor sabe o que fazer com ele (vide Vin Diesel em “O Resgate do Soldado Ryan”, provando que Spielberg é realmente um bom diretor).

O filme melhora quando os dois protagonistas precisam filmar o primeiro remake, que é de Ghost Busters. As piadas obviamente ficam muito melhores para alguém que conhece o filme, mas acho que é engraçado de qualquer maneira. Não é um engraçado besteirol, que se aproveita de outro filme para piadas patéticas (se você não reconheceu, estou falando de Scary Movie). Michel Gondry faz piadas com mais elegância e sutileza.

A partir desses remakes, que eles chamam de filmes “suecados” (é, inspirado na Suécia mesmo), o filme é uma homenagem a diversos títulos. E, principalmente, um aviso que, para fazer um filme legal, basta uma câmera e muita imaginação. Michel Gondry lembra que filmes caseiros podem ser mais interessantes que os hollywoodianos. É importante falar sobre isso atualmente onde vídeos ficam famosos mesmo sendo exibidos apenas no YouTube.

Para entender o clima do filme, veja esse vídeo abaixo. Recomendo pois é engraçado ver pelo menos Michel Gondry e seu sotaque francês.

“Rebobine Por Favor” também fala da superação do antigo VHS, como dá para entender pelo título. Engraçada essa escolha, pois acho que, hoje em dia, é mais fácil fazer um filme numa câmera digital. Acho que o Gondry queria dar um estilo retrô no filme. E também não funcionaria a história do magnetismo apagando DVDs... Tinha que ser uma locadora de VHS mesmo.

Ao terminar o filme, diversas pessoas na sessão bateram palma. Acho que elas estavam tão felizes que acabaram sendo ridículas a esse ponto (eu acho ridículo, faria sentido só se o diretor/ator/produtor/maquiador estivesse na sessão). Se o Michel Gondry estivesse lá, aí bateria palmas, beijaria o sapato sujo dele e entregaria um troféu. Afinal, ele foi bicampeão, é o segundo ano consecutivo que ele fez o melhor filme do Festival do Rio.

3 comentários:

Anônimo disse...

Lembrando que você não viu nem dez porcento de todos os filmes do Festival então não pode afirmar que Rebobine Por Favor foi o melhor filme do Festival deste ano!!

Desculpe a chatice, mas eu não resisti!!! auhahuauhhua

Mas a resenha está ótima e o filme deve mesmo ser muito bom... queria muito ter visto, mas esse vai entrar em cartaz depois, aí eu vejo...

Vivian disse...

Obvio entre os que eu vi. Precisava falar isso?

Não posso falar sobre filmes que não vi. Nem mal nem bem.

Anônimo disse...

Muito legal sua crítica Vivian, mas também acho que o povo cult não deve gostar muito.
Eu adorei esse filme! Você viu o Todos os meus fracassos?! Porque é muito bom também, o cara é bizarro.
Ah e a gente não pode esquecer que combinamos de fazer um filme suecado até a formatura... rs


=*