27 de junho de 2008

O Amor de Dieckmann

Sexta feira no estágio, às 9h da manhã, não tenho nada para fazer além de achar algo na internet. Já até baixei os últimos episódios de House mas não quero ver mais séries no trabalho (até porque fica uma vadiagem desacarada no expediente). Então, fui ler blogs. Li os dos meus amigos (todos voltaram a escrever não sei porquê) e depois comecei a ler uns random. Comecei com o do Mion... o TDUD... O Pensar Enlouquece... O Burguesia... (estou botando os nomes pois estou recomendando todos eles) e parei no blog da Carolina Dieckmann (ctrl+V).

Eu comecei a ler pois vi que era de leitura simples, ela escreve umas 3 palavras por linha. Quase em forma de poesia sabe? E os assuntos são incrivelmente aleatórios (ok, isso se aplica ao meu blog também). E tinha muitas fotos, e eu acho incrivelmente interessante ver fotinhas. Mas em 5 minutos o blog dela começou a me irritar. É muita felicidade e alegria, tanta que eu nem acredito que não seja falsidade. Todos, TODOS, os posts contêm um texto assim:


Hoje eu e meu namo


Fomos no show


Roupa Nova no Canecão


Arrasou tudo


Adoro tudo


Amo meu namo


Amo Roupa Nova


Beijão pros amigos


Julinha


Bombom


Luquinha


(insira 89231789273897 apelidos meigos)


Primeiro eu não acredito que ela possa ter gostado de um show de garotões de 60 anos. Mas isso é o de menos.

Ela não pode ter tanto amor assim pelos 89231789273897 (ctrl+V) amigos e todos eles terem um apelido meigo terminado com INHO. Tá que ela é famosa, amigos surgem quando você tem fama e dinheiro, mas não há como ela ser amigos de todos e querer mandar beijo para todos eles. O blog dela serve para essa rasgação de seda e só.

E ela é um exemplo claro da banalização da famosa frase "Eu te amo" e variantes. Isso que me irritou mais. Eu sempre tive cuidado com essa frase. O verbo amor para mim é muito mais fácil ser usado numa frase com a palavra "cachorro-quente" do que com a palavra "namorado". O cachorro quente dificilmente me decepciona, eu o conheço muito bem e sei que ele sempre vai ser do jeitinho que eu amo. Uma pessoa não.

Lembro de algumas vezes que umas amigas (nem tão amigas assim) escreveram um recado no orkut para mim e no final colocaram um "Te amo miga!" que me assustou para sempre. Porque ela tem a necessidade de colocar o "Te amo" nessa situação? Parece que ela leva mesmo a sério aquela idéia "Você pode morrer a qualquer momento, então é melhor dizer eu te amo para todo mundo que você gosta". Não consigo mesmo entender a necessidade de eu falar "Eu te amo" tantas vezes, para tanta gente, tão facilmente.

O que uma pessoa dessas fala então numa situação que realmente merecia um "Te amo"? Um jantar a luz de velas, pétalas de rosa no chão, vinho tinto, morangos, chantilly, música do Kenny G, os dois de roupão e ela diz o que no final da noite? "Eu te amo" já está batido. Ela de repente diz "Te amo muito". Ela soluciona medindo o anor. Estragou.


Não gosto de demonstrações de amor diárias, inúteis e sem propósito. Sou conservadora nesse sentido. Odeio pessoas como a Carolina Dieckmann (ctrl+V) que amam muita gente, o tempo todo e tudo que acontece. Eu acho que é mentira, um mecanismo de proteção dela para esconder que o namorado dela bate nela e nos filhos, ela odeia roupa nova e os amigos delas são todos interesseiros. Quando meu ex-namorado perguntava se eu o amava, eu ficava ainda mais longe de amá-lo.

Melhor usar o "Eu te amo" com cuidado porque aí, quando alguém o recebê-lo, vai ficar realmente lisonjeado.

3 comentários:

Tatiana disse...

5 mim rindo da Carolina agora com suas tres palavras por linha...

Bom, eu sou uma dessas que diz que ama sempre que pode, mas só falo para aqueles(as) amigos(as) que não gosto, mas amo mesmo...Sim, eu tenho amigos que AMO e muito, nada mais justo que demonstrar isso pra eles, eu juro que sinto essa necessidade...Será que eu pareço uma daquelas menininhas enjoadinhas e chatinhas que nem a Carolina?Vixi. Eu não suporto a Carolina =/////

Anônimo disse...

eu também tenho um sério problema com ficar falando eu te amo o tempo todo... mas acredtio mesmo que devemos amar o próximo (não é ironia naum hehehe, mas faz sentido... pra que ficar guardando ódio?)

E os bloglogs são hilários, ou porque são mesmo, como no caso do Mion, ou pq sao tao ruins que só rindo memso, como na grande esmagadora maioria

Anônimo disse...

Vivan, esse foi seu melhor post, na minha humildíssima opinião. Eu também sou contra a banalização do amor, mas eu me sinto coagida a falar que amo alguém quando a pessoa fala que me ama. Preciso trabalhar nisso.

E eu amo mesmo algumas pessoas. Um punhado de amigos, na realidade. Às vezes eu penso que posso morrer amanhã e declaro meu amor, mesmo que nunca seja mentira. Mas eu sou contra isso. Eu faço, mas sou contra.

É, sou paradoxal e sempre serei. É parte do meu charme. Sendo "paradoxal" um termo descolado para "totalmente inconsistente". Que triste.

;*