28 de março de 2008

A câmera, o vidro e o engarrafamento.



Eu estou começando a duvidar que tenho talento para qualquer tipo de arte existente no mundo. Eu preciso para a aula de fotografia praticar arduamente tirando fotos em qualquer oportunidade que eu achar válida e utilizar os conhecimentos que eu deveria ter adquirido nas aulas (enquadramento, equilíbrio, noção do ridículo, etc).

Então, eu na quinta-feira após sair da ECO mais cedo (exatamente porque matei a aula de fotografia) entrei no ônibus e decidi tirar fotos do caminho que faço para casa todo santo dia, que é um caminho lindo, porém quase banal para mim.

Comecei errado ao sentar do lado do ônibus que dá para as ruas. Eu podia escolher entre o lado que dá para a Baía, para o Pão-de-Açúcar, todos os pontos turísticos da cidade ou para o lado em que posos ver pontos de taxi, prédios, carros, mendigos... escolhi esse segundo sem querer.

Tive sorte (mais ou menos sorte) de pegar um engarrafamento gigantesco na Perimetral e na Ponte por causa de um caminhão quebrado. Isso facilitou na hora de tirar as fotos pois agora estava parada e não tinha motivo nenhum para errar enquadramento algum. Não tinha motivo, mas sempre errro.

Algumas dificuldades ainda continuaram como o vidro entre a lente da câmera e o que queria fotografar (era o ônibus frescão, a janela é lacrada), a garota do meu lado com olhar de censura (ela fazia direito, não era feliz e fazia cara de emburrada o tempo todo para tudo, mas cismei que era só para mim), As pessoas dos carros e os vendedores ambulantes olhando para a câmera...
Mas o maior dos meus impecilhos é a minha falta de talento mesmo. Na hora até achei as fotos legais mas vendo agora elas de novo vejo que errei em todas elas alguma coisa. Vejoq ue poderia fazer melhor em outras. Se eu sei oq ue erro, devia parar de errar.

Enfim, é com a prática que se aprende então o negócio é andar com a câmera para onde eu for (com limites porque não pretendo ser roubada) e fotografar. Se eu tirar umas 500 fotos, eu acho que umas 5 ficam decentes.

Essa foto do post é umas das tiradas dentro do 740-D que eu acho que ficou legal pelo menos. Da próxima vez, mostro a viagem vista pelo banco da direita que é mais bonito.

18 de março de 2008

Mal da Norminha

Lembro que, ao dizer que queria fazer o curso de Comunicação Social, umas das primeiras coisa que minha mãe disse foi "Isso me lembra a Norminha." Depois descobri que a tal Norminha era uma personagem do Jô Soares na época que ele fazia programa de humor. Ele vestia uma sainha, tênis, um caderninho debaixo do braço e era uma comunicólogia da PUC. Pois é, fazer Comunicação Social era motivo para piada.

Tá que o curso não era muito conhecido ainda na época que minha mãe era universitária. O da ECO foi criado em 67, mas era só de Jornalismo naquela época acho. E, para ser jornalista nem precisava ter curso superior até pouco tempo, no máximo ser alfabetizado.

As reações que tiveram quando eu falava minha escolha de curso eram (e são) extremamente variadas.
  • Comunicação ein? Pra quê?
  • Porque não Medicina como sua mãe?
  • Da onde você tirou essa idéia?
  • Nem vai precisar estudar mais ein? Vida boa...
  • Curso fácil pra caralho.
  • Conheço alguém que faz Comunicação na PUC... um amigo maconheiro que eu tenho.
  • Você quer ser atriz?
  • Vai ser apresentadora de TV?
  • Sua aula é ver filme?
  • Vai acabar desempregada.
  • Vai trabalhar numa mídia manipuladora de massas nojenta que emburrece? - fala de um revoltados estudante de filosofia
  • Cuidado.
  • Juízo.

Pois é, ainda é motivo para piada.
Para fugir de qualquer comentário minto dizendo que faço Jornalismo na UFRJ (Enfatizando BEM o UFRJ) mesmo quando não sabia se ia mesmo fazer Jornalismo. Melhor do que dizer que faço Comunicação, algo tão abrangente e que parece emprego nenhum.

Espero que as novas gerações entendam que o controle do mundo está 90% com a mídia, que é controlada por comunicólogos maconheiros na época da faculdade (alguns ainda não testaram drogas, não vou generalizar). Os outros 10% é do presidente dos EUA. Nós dominamos.
Meu (ou nosso) curso não parece sério, porém eu tento levá-lo a sério e o acho importante para o funcionamento do mundo (estou excluindo a Publicidade nessa frase).
Vou parar de ouvir essas piadinhas quando estiver morando no meu apartamento lindo em NY e ser vizinha de alguma celebridade. They can kiss my derrièrre.


10 de março de 2008

1° dia de aula de verdade na Eco (ou não)

Como Amy, precisarei de drogas pesadas para aguentar o tranco.


O dia de hoje não foi bom. Foi tão estranho que bati o meu recorde de tempo no transport na academia (aquele aparelho que simula alguém subindo uma escada, ou algo parecido) para transferir todo o sangue do meu cérebro para a minha perna. Assim eu iria parar de pensar.

Minhas reclamações foram resumidas numa conversa no msn com um amigo hoje às 22h:


thiago_nichols diz:
como foi o 1° dia de aula?
Vi diz:
ih, nem fala
parece que esse semestre vou ter que estudar
Vi diz:
ou pelo menos, vou ter muita coisa para fazer
thiago_nichols diz:
1°dia de aula já ta assim?
Vi diz:
pow, na primeira aula a professora diz que precisamos fazer uma pesquisa de campo com algum grupo da sociedade blé blé (aula de antropologia)
Vi diz:
na segunda, tenho prova, trabalho de um projeto audiovisual de 20 minutos compelto no final do semestre e um relatório para DEPOIS DE AMANHÃ
Vi diz:
na terceira aula, o programa de aula do cara inclui basicamente ensinar C, C++ e Pascal
sim, PROGRAMAÇÃO
e mais duas provas
Vi diz:
pow, eu estudei para passar em comunicação para não estudar nunca mais
to revoltada
thiago_nichols diz:
ahh larga mão de ser preguiçosa
Vi diz:
e tenho mais 3 matérias e 1 laboratório
vou ter que dormir menos ainda, fudeu

Todos devem estar sentindo algo assim como eu. Eu ainda tenho a esperança da Eco continuar sendo só aparentemente difícil.
Mas meu desespero é quase igual a de um calouro assistindo a aula de REF. =(

1 de março de 2008

Nem por você, nem por ninguém, eu me desfaço dos meus planos

Em The Sims, apenas os sims que têm vinte e poucos anos possuem coragem e mentalidade para correrem pelados pelo câmpus


A maioria das pessoas que lê esse blog não chegou nos vinte anos (conto os leitores que eu conheço). Quase nenhum chegou nos 20 e poucos. Esse ano eu cheguei à idade mínima para dizer que tenho 20 e poucos (21) e percebi que, realmente, esse momento é único e merece mesmo uma música (uma música melhor que uma feita pelo Fabio jr).


A primeira coisa que senti quando fiz vinte e poucos foi que eu devia ter realizado mais coisa na vida. A Hannah Montana é famosa aos 15 anos, a Hayden Panettiere é um sex symbol aos 18. Até os Hanson eram famosos cedo.
Se bem que eu nunca tive vontade de ser famosa como eles, mas quero escrever um livro, ficar rica, controlar toda a televisão mundial, ter uma cama de casal, morar um tempo em Paris, entre outras coisas (quero ser sex sybol como a Hayden, confesso), e não realizei nada disso até os 20.

Percebi que era a hora de me empenhar. Até os 20 estava preocupada demais em realizar coisas menores como passar no vestibular então não consegui me concentrar nos grandes feitos. Só se eles caíssem do céu,
Agora preciso me esforçar. Até fiz um fundo de garantia, investi em ações, tudo para ter o capital necessário para os grandes feitos.
Porque, pensa bem... a única coisa que impede um adolescente de fazer alguma coisa idiota como fugir para a Nova Zelândia por uma semana é porque ele não tem como ir, falta dinheiro, ele só tem o dinheiro do pai. Com 20 e poucos o jovem (deixou de ser adolescente né, no The Sims é chamado até de jovem adulto), já tem um trabalho que dá uma mixaria de salário mas que é suficiente para fugir para... a Argentina (que é mais baratinho).

Para fazer tudo isso também eu só precisei me livrar de qualquer encosto (isso equivale à terminar qualquer relacionamento amoroso em que o companheiro se assemelha a um sociopata ciumento) e arranjar uma companhia disposta e nem um pouco medrosa ( isso equivale à fazer a melhor amiga se livrar do encosto dela).

Por isso esse ano promete (ainda). 2010 também, em diante. Até eu chegar aos 25 (que é quando chego nos vinte e muitos anos) eu aproveito. Nessa idade as pessoas começar a se preocupar com contas, impostos e casamento. Só vou conseguir chegar à idade adulta sendo alguém mais ou menos feliz se tiver tido algumas histórias legais dos meus vinte e poucos para lembrar.