18 de março de 2008

Mal da Norminha

Lembro que, ao dizer que queria fazer o curso de Comunicação Social, umas das primeiras coisa que minha mãe disse foi "Isso me lembra a Norminha." Depois descobri que a tal Norminha era uma personagem do Jô Soares na época que ele fazia programa de humor. Ele vestia uma sainha, tênis, um caderninho debaixo do braço e era uma comunicólogia da PUC. Pois é, fazer Comunicação Social era motivo para piada.

Tá que o curso não era muito conhecido ainda na época que minha mãe era universitária. O da ECO foi criado em 67, mas era só de Jornalismo naquela época acho. E, para ser jornalista nem precisava ter curso superior até pouco tempo, no máximo ser alfabetizado.

As reações que tiveram quando eu falava minha escolha de curso eram (e são) extremamente variadas.
  • Comunicação ein? Pra quê?
  • Porque não Medicina como sua mãe?
  • Da onde você tirou essa idéia?
  • Nem vai precisar estudar mais ein? Vida boa...
  • Curso fácil pra caralho.
  • Conheço alguém que faz Comunicação na PUC... um amigo maconheiro que eu tenho.
  • Você quer ser atriz?
  • Vai ser apresentadora de TV?
  • Sua aula é ver filme?
  • Vai acabar desempregada.
  • Vai trabalhar numa mídia manipuladora de massas nojenta que emburrece? - fala de um revoltados estudante de filosofia
  • Cuidado.
  • Juízo.

Pois é, ainda é motivo para piada.
Para fugir de qualquer comentário minto dizendo que faço Jornalismo na UFRJ (Enfatizando BEM o UFRJ) mesmo quando não sabia se ia mesmo fazer Jornalismo. Melhor do que dizer que faço Comunicação, algo tão abrangente e que parece emprego nenhum.

Espero que as novas gerações entendam que o controle do mundo está 90% com a mídia, que é controlada por comunicólogos maconheiros na época da faculdade (alguns ainda não testaram drogas, não vou generalizar). Os outros 10% é do presidente dos EUA. Nós dominamos.
Meu (ou nosso) curso não parece sério, porém eu tento levá-lo a sério e o acho importante para o funcionamento do mundo (estou excluindo a Publicidade nessa frase).
Vou parar de ouvir essas piadinhas quando estiver morando no meu apartamento lindo em NY e ser vizinha de alguma celebridade. They can kiss my derrièrre.


6 comentários:

Anônimo disse...

sempre, SEMPRE, diga que está fazendo JORNALISMO. Nunca, NUNCA, diga que está fazendo comunicação social.

Anônimo disse...

And they're still gonna put pictures of your derrière in the magazines u.u

Eu sempre falo jornalismo. Aff, esse mundo preconceituoso etnocêntrico que rejeita nosso curso! Tá que eu não posso falar nada porque eu rio toda vez que alguém me fala que faz Serviço Social. Tá que Serviço Social é idiota.

;*

B. disse...

Sempre falo jornalismo [2]

And remember to visit me in London and to send me your NYC address so I cann see you too! =D

Júlia Faria disse...

Sempre falo jornalismo [3].

Já cansei da expressão de desdém das pessoas quando ouvem comunicação.

Se bem que quando falo jornalismo, as coisas não melhoram muito: "Ah, vc quer trabalhar na Globo..."

=o

ZansVidaurre disse...

Vivian . . . um leitor com mais de 20 . . . hehehe
Eu comecei minha Odisséia Acadêmica na Comunicação . . . se hj os pais não sabem o que é isso, naquele tempo sabiam menos ainda . . . eu dizia-mintia que seria publicitário, que publicitário ganhava dinheiro (muito!) e que, claro, eu era capitalista . . . :)
Terminei como antropólogo . . . e meus pais continuam sem saber o que é isso . . . eu mesmo, as vezes, não sei . . . os antropólogos que dizem que sabem, mentem!!!
Tá fazendo antropologia neste semestre? hehehehe
Quando estava na comunicação, eu simplesmente odiei a matéria de antropologia . . . "pra que isso?", me perguntava . . . enfim, cuidado . . .
Bjs

Mari B. disse...

Ahn... quando eu pensei em estudar música, ouvi as mesmas coisas: "Deve ser um curso tranquilão", etc. Acabei fazendo produção fonográfica e quando eu dizia que fazia isso, escutava várias pessoas respondendo: "Ahn...eu também adoro fotografia". Agora eu acabei virando fotógrafa mesmo, acredita?
Cheguei aqui por causa do Marcelo. Você é a irmã do Bruno?