18 de novembro de 2008


Obviamente, estou nervosa. Como e bebo compulsivamente (ainda bem que parei com bebidas alcoólicas), faço erros imbecis quando escrevo, mordo o lábio (formou um calambo já), os olhos tremem e grito sem motivo aparente.
É o final do período mais irresponsável que tive em todo o curso de graduação. Especialmente esse ano eu deixei tudo para ser feito nas últimas semanas. TODAS (sem exagero) as matérias estão com um trabalho pendente. E tenho só...  20 dias? Já estou pensando em escolher matérias que vou fazer o trabalho, bem feito, e esquecer das outras. Mehor que fazer diversos trabalhos mal feitos que indicam um rendimento ridículo nesse período.

Os 2 meses sem passar na xerox da Eco foram cruciais para esse baixo desempenho. Agora preciso ler muito ou dormir com alguns textos debaixo do travesseiro para eu absorver alguma informação. Não consigo relaxar pensando que até meus trabalhos individuais (que deviam depender apenas da minha vontade) estão atrasados ou, às vezes, nem começaram.

A má administração do meu tempo está me fudendo. Eu devia parar para escrever qualquer hora do dia e fazer algo satisfatório. Mas, como acho que meu trablho precisa de um pouco de inspiração, escrevo principalmente na madrugada. Porém, d enoite eu estou exausta por casa do estágio e doida por causa da academia. Acho que, pela primeira vez, terei que ficar em casa por horas e atender o telefone dizendo "Preciso ficar em casa para estudar". A última vez que fiz isso foi durante o pré-vestibular. 

Os trabalhos em grupo, onde você divide o trabalho e o stress com seus amiguinhos, me dão ainda mais raiva. Por ser geralmente uma espécie de líder, organizadora ou participante ativa, eu acabo me ferrando em relação aos outros. Fazendo mais num trabalho em grupo eu não só fico mais estressada como também atrapalho o desenvolvimento dos meus trabalhos individuais enquanto os outros podem fazê-lo calmamente depois do almoço (e eu nem tempo para almoçar).

Se no final vai dar certo, eu duvido. Acho que vou ter notas medíocres que combinam com meus trabalhos medíocres. Sei que muita gente faz trabalhos ruins e consegue notas boas mas eu nunca tive essa sorte.  Acho que só espero que eu termine todos.

12 de novembro de 2008

Undokai quente pra pracarai né?



Como na ilha do Mocanguê só é possível chegar de carro, minha irmã (com a carteira de motorista vencida) me convocou para levá-la com uma amiga até um evento de cultura japonesa que ela queria muito ir. Seria um undokai que depois descobri que, traduzido do japonês, significa Gincana Poliesportiva. É um evento comum no mês do maio no Japão, quando não é muito quente nem muito frio. Aqui aconteceu no último domingo sob um sol intenso do Rio de Janeiro.

Quando chegamos, as famílias japonesas estavam sentadas em suas esteiras e cadeira (trazidas de casa) em todas as sombras possíveis. Todos muito bem equipados com caixas térmicas com sushi, garrafas de água, protetor solar e repelente. Minha irmã demonstra um óbvio desconforto "Estou me sentindo muito ocidental" mesmo sabendo tanto japonês quanto os nisseis daquelas famílias. Eu nem me sentia mal, só o calor que me irritou. Então minha irmã pediu para eu ficar algum tempo esperando para ela e a amiga resolverem se iam ficar ou não. Como achei uma sombra e tinha ipod, papel e caneta na bolsa, concordei em ficar um pouco.

Pontualmente, começaram discursos, hinos do Brasil e do Japão e outras pessoas falando que eu não ouvi, pois estava ouvindo música, mas também não entenderia, pois elas falavam em japonês mais da metade do tempo. Não estava prestando muita atenção no gramado na minha frente cheio de gente(eu prestava atenção apenas no relógio dizendo que já estava tempo demais ali) quando, de repente, começou uma música de tambores tão alta a ponto de eu poder ouvir. Então os diversos japoneses que antes estavam só em pé e batendo palmas, estavam dançando (acho) numa invejável sincronia. Quando li a programação do evento descobri que aquilo era uma espécie de aquecimento para as atividades físicas da gincana. E o "ichi, ni, ichi, ni" (um, dois, um, dois) que eles gritavam parecia ter mais sentido.

Ao tentar entender o resto da programação (grande parte escrita em japonês), percebi que devia ficar naquele evento mais tempo. Mesmo que seja para tirar fotos bizarras. Também descobri comida realmente japonesa barata. As atividades previstas tinham nomes que não explicavam muito. Yomesan sagashi significava corrida da procura de noiva mas ainda não me esclareceu como seria essa atividade. Decidi que ficaria até essa, pelo menos.

Sentados do meu lado, numa tenda trazida de casa com cara de comprada na Tok & Stok, estava a típica família japonesa que freqüentava o undokai. Eram um avô e uma avó com cara de 60 anos mas que, provavelmente, tinham uns 100 anos. Fofas crianças japonesas hiperativas e seus pais. Todos eles devidamente protegidos do sol com chapéu e reaplicação de protetor solar.

Surgiam cada vez mais pessoas e mais cheiro de peixe impregnava o local. As modalidades de esporte eram mais interessantes do que de gicana escolar: corrida de 3 pernas, cabo de guerra, pesca de garrafa. E todas eram especificamente para uma faixa etária, como se dividido esportes para crianças, adolescentes, mães/pais e avós. Como não tinha como checar, um nissei de aparentemente uns 15 anos competia e ganhava todos os esports para até 12 anos. Depois minha irmã explicou que o menino tinha mesmo 12 anos, mas como era de uma altura normal, parecia mais velho que as outras crianças.

Passou a modalidade de corrida até as noivas que basicamente eram dois grupos, um de homens e outro de mulheres, que pegavam nomes num pote e tinham que achar seu par. A Cláudia devia achar o Cláudio e correr até uma linha de chegada de mãos dadas. Provavelmente eram nomes japoneses, e não Cláudio(a). Acho que esse é considerado um modo de um japonês conseguir namorar.

De novo pontualmente, começa a pausa para o almoço. Decidi que ia comer e ir embora. Na fila do yakissoba, quase tive um surto. As pessoas conversando e japonês próximo de mim e sem eu entender meia palavra era algo que me irritava. Japonês é uma língua que nem dá para chutar de que assunto eles estavam falando. A única palavra que entendi foi "Watashi churrasquinho wa blá blá blá". O japonês devia estar com desejo de comer carne vermelha.

Eu fui embora pois não ia aguentar mais sol e não estava tão preparada que nem os japoneses. Eles poderia ageuntar um ataque nuclear com toda a comida e objetos que eles trouxeram (péssima escolha de exemplo, alias). Achei interessante ver como, mesmo no Rio, eles tentam fazer algo parecido com o Japão. E que eventos de anime e animação japonesa em geral não condizem com a realidade do que é ser nihongin.

2 de novembro de 2008

"O álcool não faz as pessoas fazerem melhores as coisas; ele faz com que elas fiquem menos envergonhadas de fazê-las mal."

Como alguns já sabem, ou perceberam ou ainda não acreditam, eu praticamente parei de beber. Desde agosto, não fiquei mais bêbada. A gora são sempre alguns goles de cerveja, uma caiprinha e acabou.
O motivo principal para isso ter acontecido foi a Lei Seca. Eu morro de medo de ser presa, perder minha carteira e ter um carro (que nem é meu) apreendido.  Quando saio para algum lugar (aka  Saco de São Francisco), eu bebo um copo de cerveja ou tomo um gole de um drink de alguem da mesa. Diversos policiais ficam na saída do bairro fazendo uma blitz. Eles normalmente param jovens do sexo masculino com som alto tocando uma música de gosto duvidoso mas nada impede deles pararem uma menina bonita, num carro com adesivo da UFRJ torto e que nem rádio no carro tem (essa sou eu, caso não associem o bonita).

Claro que tenho recaídas. No Informal semana passada eu bebi mais que o normal (e nem foi muito) pois estava sem carro. O que prova que meu único motivo para não  beber mais é garantir o transporte na volta para casa. Além da lei, o fato os meus reflexos estarem comprometidos me apavora. Quem já teve o prazer de ser meu passageiro sabe que faço movimentos bruscos e assutadores no trânsito quando sóbria. Eu bêbada, não lembro mas imagino, deve ser um desastre. Não tão desastroso pois nunca nem arranhei o carro mas acho  que foi porque os outros motoristas na rua estavam atentos para desviar de mim a tempo.

Enfim, eu agora deixei de ser uma diversão nas festas, pago menos em churrasco (em churrascos que são justos com os não consumidores de alcool) e levo todo mundo de carona.

23 de outubro de 2008

Agora eu Twitto.
http://twitter.com/vihvs
A vida em 140 caracteres.

9 de outubro de 2008

Filme Suecado de Gondry

Resenha enviada para um site de cinéfilos cults que não concordarão comigo. Eu não ligo mesmo.


"Be Kind Rewind"

Faltei o trabalho para ver “Rebonine Por Favor” e sabia que ia valer a pena. No Festival do Rio de 2007 o melhor filme que vi foi “Sonhando Acordado”, também de Michel Gondry. Esperava que esse novo fosse tão bom quanto (mesmo tendo a desvantagem de não ter Gael Garcia Bernal, galã de 1,60 de toda cinéfila cult).

O novo filme estava na competição de sinopses mais exóticas: Certo dia, Jerry (Jack Black), mecânico atrapalhado, tem o corpo magnetizado e destrói acidentalmente todas as fitas de vídeo da locadora onde seu amigo Mike (Mos Def) trabalha. Para garantir a sobrevivência da loja, os dois arranjam uma solução alternativa: filmarem remakes das fitas. Suas inspiradas versões fazem enorme sucesso na vizinhança, que encomenda todo tipo de filme, de King Kong a Rei Leão.

Confesso que a história tem fantasia e absurdo. Principalmente no começo que você confunde o filme com uma “aventura imperdível da Sessão da Tarde”. Mas, ainda bem, o filme surpreende, assim como “Sonhando Acordado”. Os atores, especialmente Jack Black, se encaixam perfeitamente no papel. Isso só prova minha teoria que nenhum ator é ruim se o diretor sabe o que fazer com ele (vide Vin Diesel em “O Resgate do Soldado Ryan”, provando que Spielberg é realmente um bom diretor).

O filme melhora quando os dois protagonistas precisam filmar o primeiro remake, que é de Ghost Busters. As piadas obviamente ficam muito melhores para alguém que conhece o filme, mas acho que é engraçado de qualquer maneira. Não é um engraçado besteirol, que se aproveita de outro filme para piadas patéticas (se você não reconheceu, estou falando de Scary Movie). Michel Gondry faz piadas com mais elegância e sutileza.

A partir desses remakes, que eles chamam de filmes “suecados” (é, inspirado na Suécia mesmo), o filme é uma homenagem a diversos títulos. E, principalmente, um aviso que, para fazer um filme legal, basta uma câmera e muita imaginação. Michel Gondry lembra que filmes caseiros podem ser mais interessantes que os hollywoodianos. É importante falar sobre isso atualmente onde vídeos ficam famosos mesmo sendo exibidos apenas no YouTube.

Para entender o clima do filme, veja esse vídeo abaixo. Recomendo pois é engraçado ver pelo menos Michel Gondry e seu sotaque francês.

“Rebobine Por Favor” também fala da superação do antigo VHS, como dá para entender pelo título. Engraçada essa escolha, pois acho que, hoje em dia, é mais fácil fazer um filme numa câmera digital. Acho que o Gondry queria dar um estilo retrô no filme. E também não funcionaria a história do magnetismo apagando DVDs... Tinha que ser uma locadora de VHS mesmo.

Ao terminar o filme, diversas pessoas na sessão bateram palma. Acho que elas estavam tão felizes que acabaram sendo ridículas a esse ponto (eu acho ridículo, faria sentido só se o diretor/ator/produtor/maquiador estivesse na sessão). Se o Michel Gondry estivesse lá, aí bateria palmas, beijaria o sapato sujo dele e entregaria um troféu. Afinal, ele foi bicampeão, é o segundo ano consecutivo que ele fez o melhor filme do Festival do Rio.

29 de setembro de 2008

Barack Hussein Obama


The Great Schlep from The Great Schlep on Vimeo.

17 de setembro de 2008

Um dia de decote rendado


De manhã, observei uma blusa perdida no armário que a muito tempo estava no cabide. Não entendi porque eu não a usava a tanto tempo. Procurei se ela tinha manchas, rasgos, algo que me impossibilitaria de usá-la. Tão bonitinha, podia usá-la junto com um casaco nessa manhã fria.

Saí de casa com ela e percebi umas particularidades. No carro, toda vez que minha mãe passava no quebra-mola, sentia um "balanço" dos meus seios um tanto anormal. E o sutiã estava firme, mas me incomodava mesmo era vê-los balançando.

Depois, no ônibus, um dos primeiros lugares ocupados foi o lugar ao meu lado. Talvez tenha sido impressão minha mas o decote é algo que é valorizado quando avistado do alto então, qualquer homem hetero iria percebê-lo facilmente. Eu me senti perseguida.

Não tinha o que fazer, tinha apenas um cachecol porque nem o casaco conseguia tampar os meus seios que estavam com frio e desprotegidos de olhares e freadas bruscas do caminho para a Urca. E foi só depois de tampar meu colo com o cachecol que eu consegui dormir em paz sem imaginar meus peitos pulando para fora da blusa.

Não dormi a viagem toda e resolvi ler um livro. Eu senti que meus peitos eram tão grandes que eu podia apoiar o livro neles e ler de maneira mais confortável porém achei que não seria educado tentar fazer isso em um movimentado ônibus. Mas, ao tentar ler o livro, eu via antes os peitos e me desconcentrava. E não eram porquê eles eram bonitos (eu não acho eles lindos) mas eu ficava imaginando as pessoas olhando para mim e só vendo dois peitos enormes tampados muito mal por uma blusa branca rendada.

Foi um sofrimento ficar horas com o decote. Eu via olhares que não existiam (ou existiram), comentários vulgares, comentários que eu era vulgar, frio (ainda bem que eu uso sutiã, sempre), balanço... Checava toda hora se os peitos não sairam do lugar, o que seria um erro fatal mas muito comum entre celebridades.

Foi um dia difícil que fez a blusa rendada branca ser rebaixada para a gaveta. O desconforto que senti não compensa a sensação de ser a gostosa. Eles devem ser mostrados com moderação.

26 de agosto de 2008

Limites e Impressões

The "half-your-age-plus-seven rule" is one rule of thumb defining a mathematical formula to judge whether the age difference in an intimate relationship is socially acceptable.Mathematically speaking, the rule is:


{\text{Age of Younger Individual} \ge \cfrac{\text{Age of Older Individual}}{2} + 7}

Fazendo a conta com a minha idade, 21 anos, a idade considerada aceitável seria 17,5. Sem mais.

FONTE: Wikipedia, a resposta para qualquer dúvida

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Meu sonho é ser como os jornalistas dos livros que estão me obrigando a ler: uma pessoa esperta, observadora, sagaz e influente. Não vejo nenhum jornalista nos livros que não seja cool. E eles são cheios de contatos com pessoas tão influentes quanto eles. Talvez nem tão influentes já que como a entrevista será publicada depende do jornalista, então este que acaba mandando.

Nenhum dos jornalistas são a imagem que eu tinha: aquela pessoa sozinha, que não tem tempo nem interesses diversificados. Ele é um falso e tem amigos tão falsos e cínicos quanto ele. Eu pensava que o jornalista tinha que fazer matérias mecânicas e só sonhava em um dia ter seu livro publicado, o único texto que possui a opinião dele e não da empresa que ele trabalha.

Mas eu estava errada. Nenhum texto fala desse jornalista. Deve ter sido um esteriótipo que fez minha visão da carreira jornalística ser errada assim, só pode.

14 de agosto de 2008

Reclamação de Velha

Eu tenho 21 anos, o que é bastante, porém nunca senti que fosse mais velha que meus amigos que são normalmente mais novos. A diferença entre eu e uma pessoa de 18 anos é nenhuma, exceto que eu tenho uma carteira de motorista definitiva.
Porém, parece que envelheci, finalmente. Uma amiga me chamou para comemorar o aniversário dela de 19 anos numa boate. Fui analisar o convite... Só pensei em ter que me arrumar toda, ter que sair 23h da noite de casa enquanto minha mãe vai dormir, enfrentar uma fila medonha com pessoas jogando fumaça de cigarro na minha cara, entrar num lugar fechado e barulhento com fedor de cigarro e alcool, escorregar em vodka com vidro que caiu no chão, mais fedor, fila no banheiro, sair da boate fedida e dormir num sofá na casa de um amigo, ter um dia seguinte de boca seca e dor de cabeça. Obviamente disse para ela um eufemismo para não " Tenho outro compromisso e não deve dar tempo... desculpa. =( "

Claramente só tenho motivos de VELHA para não ir na boate. Todo jovem deve gostar de fedor, bebida, pegação e virar a noite. Mas eu não consigo mais me divertir com isso. E, na minha opinião, só quem já fez isso demais (um velho por exemplo) que cansou desse ritmo frenético.
Eu já não tenho a mesma cabeça que uma menina de 19 anos, mesmo fisicamente eu ter cara de 17. Não tenho mais as mesma diversões. Logo mais minha diversão será jogar buraco e beber vinho tinto com os amigos que contam piadas sobre o Congresso Nacional. E vou achar isso DIVERTIDO. Estou até tendo uma imagem minha usando roupas de jovem executiva da Folic, a loja preferida das novas velhas.

Até já estou usando cabelos curtos, uns dos primeiros sinais de amadurecimento de uma mulher. A mulher mais velha e sábia procura mais praticidade que beleza... pronto, corta o cabelo. Já estou próxima do estágio 2 de velhice que é usar Renew e ver dicas de moda, sexo e trabalho na Marie Claire.

Enfim, depois de começar a pensar em velhice, vi milhões de exemplos de como estou realmente com 21 anos e com um espírito de velha. Esse é tipo um post parte 1 de uma série de 20 posts que só vão reclamar, algo tipicamente de VELHA. Já até pensei no próximo post: "O caso Eduardo e Mônica: uma diferença de 4 anos pode ser um abismo".